domingo, 25 de dezembro de 2011

Hecatombe de Ilusões





Já não me contento com pouco no que diz respeito à literatura. Após a leitura do livro Ilusões Perdidas, tradução da obra grandiosa do gênio Honoré de Balzac, fui tomada pela sensação de gula literária, passei aos dois volumes de outra tradução do mesmo título e autor, somente para permanecer maior tempo na mesma história delirante que arrebatou minha alma do inferno deste verão dantesco, que me leva a desistir de inúmeros passeios. Quando terminar a leitura de ambos, já terei fruído 1.165 páginas desse romance. Mas não pensem que estarei satisfeita, pois pretendo continuar por esse bom caminho que compõe a Comédia Humana. A obra é longa, mas não é o bastante para o meu espírito cioso de outros títulos do autor. Hoje é véspera de Natal e a vereda literária em que me encontro obriga-me a prosseguir na direção de um vale do qual não se pode adivinhar inicialmente suas verdadeiras dimensões. É uma estrada que se alarga e enriquece quem por ela se aventurar. Vai dar numa montanha que o olho julgava fácil de ser transposta, mas que vai exigir toda uma vida de caminhada.

PalasAthena, 24.12.2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Café Poético





Sentamo-nos os três da nossa familinha  como diz o Paulo e iniciamos nosso café com poesia. Li alguns sonetos de Florbela Espanca, outros foram lidos pela Ana Beatriz. Presença obrigatória a de Fernando Pessoa. O Paulo declamou Cadê Corage da dona Berta Celeste Homem de Melo, poeta de nossa cidade. Em seguida,  Cântico Negro de José Régio. Levei à mesa, um livro de Vinícius de Moraes, poeta do meu coração. Nós nos revezávamos em nossas leituras. Tomei a sério a idéia desse café e nós três contribuímos cada qual com a sua participação literária. Penso que é um modo de enriquecer o encontro familiar. Não se fala da chuva nem do bom tempo. Não caímos nos lugares-comuns da conversação onde se costumam alojar os comentários imbecis. Falar mal dos outros, nem pensar, pois sem necessidade vira assunto comezinho e não é próprio das mentes inteligentes. Somos forçados a procurar algumas frases substanciosas na imensidão de nossas recordações culturais que dormitam em nosso âmago. São significativos minutos cheios de interesse com o nosso eu interior. E nos dá prazeres infinitos.

                      Palas Athena, 08.12.2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Alguém muito especial



Ora! Não é nem um príncipe, nem um ministro, nem deputado, nem bispo; por que então as suas mãos são brancas como as de um homem que não faz nada? __Um ator?
Nem o moleiro nem a moleira podiam imaginar que, além do ator, do príncipe e do bispo, há um homem ao mesmo tempo príncipe e ator, um homem revestido de um magnífico sacerdócio, o poeta, que parece não fazer nada e que todavia reina sobre a humanidade, quando bem a sabe interpretar.


Excerto do magistral livro de Balzac, "Ilusões Perdidas", o qual vem me comovendo
com sua riqueza vocabular e de estilo, diariamente.



PalasAthena, 13.12.2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Os êxitos literários

Dia 07.12.2011,  em que fomos ver as crianças se apresentarem cantando no museu. E nós estávamos lá para conferir a brilhante apresentação



Os êxitos literários são conquistados na solidão de nossas leituras compenetradas e cheias de interesse; elas acontecem no recôndito do nosso lar através do nosso  trabalho obstinado. Tudo que é muito apreciado, é bom e valoroso.  Continuarei com Balzac. Mas agora , vou é relaxar, nessas épocas natalinas, não sei bem como se sucede, mas a gente se cansa muito mais com as expectativas do que com os próprios acontecimentos. O Museu  estava esplêndido! Digno de receber a cantoria em grande escala.


 Palas Athena, 08.12.2011


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

De coração a coração





O mundo das superfluidades necessárias está se iniciando neste início do mês de dezembro. Está se aproximando o Natal com sua linguagem comercial. E não adianta reclamar desse espírito distorcido que se vê por toda a parte. Quem pode vai às compras. Muitos vão mesmo sem poder. Fora isso, é comovente essa época. Também tenho as minhas distorções que não sou de ferro. Mergulhada em mil reflexões, afundei-me sobre os costumes parisienses narrados por Balzac, em Ilusões Perdidas. E confesso a genialidade do poeta a respeito dessa passagem: “ O senhor tem gênio, trate de vingar-se. A sociedade o desdenha, desdenhe a sociedade. Refugie-se numa mansarda, faça obras primas, alcance um poder qualquer, e verá o mundo a seus pés. Retribuirá então os golpes, que ela lhe tiver dado, justamente onde ela os tiver dado.” Aliás, o livro seduz pela riqueza de detalhes em que os fatos são relatados.

PalasAthenaanamariajorio, 02.12.2011.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cega idolatria




 A vida, sonho dourado da juventude, de quem não sente fome nem sede, em meio à fantasia de flores e rubis, no horizonte azulado do amor e da paixão. Espíritos ardentes que conseguem abraçar as duas extremidades do céu sem sentir medo. Esperança inextinguível de um tempo cheio de cores. Tanta disposição que torna o espírito lutador e não recua diante dos obstáculos hipócritas que possam sobrevir. Ó juventude despreocupada que atende aos seus desejos e não se abate com as dificuldades causadas pelos olhares de uma sociedade muitas vezes, cheios de incompreensão e injustiça. Ó inesgotáveis  forças da juventude, que exagera o bem e enfraquece o mal, que se esquecem das misérias presentes ocupando-se do amor e da paixão pela vida. Ó almas ardentes que possuem a firmeza da primavera e se equilibram com as graças de suas inesgotáveis crenças no mundo!

 Este texto, elaborado com a preciosa ajuda dos meus companheiros inseparáveis (os livros) é dedicado à jovem que mora em mim. Ela é o meu outro eu,  esta que escreve , Palas Athena , não padece as agruras daquela nem tampouco é jovem.

                            PalasAthena, 23.11.2011

Tais esperanças, tais desvelos..





     “ Poderia limitar-me a cantar, rir, beber e como um gordo cônego, satisfeito, à vontade, sem inquietações, sem negócios, passar a noite a dormir bem e o dia a não fazer nada”.
Nicolas Boileau-Despréaux, crítico e poeta francês, arrependido de ter escolhido a profissão de poeta.

A arte incomoda; se não  incomodar pode ser uma decoração.
Paulo Tarcizio

Sempre fui um espírito melancólico e meditativo.  Palas Athena

Depois que casa, engorda.   Paulo Tarcizio                                                                  



                         PalasAthena, 23.11.2011

CAMALEOA




As pessoas são complexas em sua natureza. E apresentam contrastes em sua personalidade. Acredito no desprezo que sentimos pelo nosso eu reprimido. Procuramos revesti-lo de um invólucro que buscamos às vezes belo demais, contanto que nos agrade. Criamos uma teoria estética em nossa mente do que nos é adequado. Loura hoje, morena amanhã... Mudando sempre e, não se deixando levar pelas opiniões alheias, a mulher procura a compensação elegendo-se a própria celebridade dos seus sonhos mais escondidos. Se o esforço for recompensado, se for para um aumento do brilho interior, este que nos move e nos deixa felizes, então traga à tona toda a força de vontade que possuir e realize suas façanhas. Pelo menos, tente ser feliz. Tente!


PalasAthena, 22.11.2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Chuva republicana




Na semana passada, estive entregue à leitura comovente sobre Julien Sorel, personagem central de Stendhal em “O vermelho e o negro”. Eu tinha vindo de Proust em “No caminho de Swann”, ambos imperiosos no estilo e no vocabulário,  conseguiram prender minha atenção de um modo admirável. Não via a hora de terminar essas leituras para ingressar em outras. Stendhal nos mostra um Julien apaixonado pelos livros. Declara que  o personagem encontra neles, a um só tempo, felicidade, êxtase e consolo nas horas de desânimo. Tomei para mim esse exemplo. Deleitando-me com o prazer da leitura procuro aliviar meu peito com uma alegria singular. O livro  me inspira tanto que me entrego a essa atividade o dia inteiro e saio dela renovada. O céu carregado de nuvens  densas anuncia uma chuva intermitente neste 15 de novembro estremecido pelo mau tempo. Depois de Stendhal, abri Voltaire (Cândido) e Maksim Górki (Infância), os dois ao mesmo tempo. Permaneci no escritor russo. Lá vamos nós nessa narrativa romanesca.   

  PalasAthena                  15.11.2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Contrastes do Mundo





Ao contato com a opinião contrastante desse mundo, prefiro permanecer
silenciosa e sombria. Após tanto tempo, ainda descubro algo de vago, de
imprevisto, quase de abandono nos sentimentos de algumas pessoas em
relação a outras. E vou constatando essas intenções (serão passageiras?)
bastante contrariada. Vejo apenas uma ocasião para ser feliz: ficar longe
das coisas costumeiras, distante do ar severo do passado e das
desavenças. Conviver com uma alma árida, que mal responde ao afeto
que lhe demonstram,  não está nos planos de ninguém. Quero resumir o
que penso: as minhas contrariedades são passageiras (algumas), outras,
mais demoradas. Uma grande bobagem é ficar remoendo os amargos
pensamentos.


13.11.2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O vale solitário dos meus pensamentos






Tenho tido ultimamente muito bons amigos. Encontro neles, a
Um só tempo, prazer e companhia, um fortalecimento
 necessário para retemperar minha alma. Deixo-me
 viver simplesmente. Procuro no isolamento e no silêncio da
tarde, a felicidade de poder refletir com serenidade profunda
sobre os meus próprios pensamentos e escrevê-los sem pretensão
alguma. Lá fora, um inferno de hipocrisias e encrencas. Aqui,
meus amigos, sempre polidos e elegantes, tão sabiamente
enriquecidos pelas diferentes culturas. Quem são eles? Ora, os
livros!  

“Aqui, os homens não poderiam me atingir.  Por que
não passar a noite aqui?  Tenho pão e sou livre!”  O vermelho e
o negro, Stendhal.


              PalasAthena, 10.11.2011

sábado, 5 de novembro de 2011

Uma Pessoa Apaixonada




As pessoas tornam-se distraídas quando se apaixonam.
Caminham ao léu por ruas e avenidas em deliciosos instantes de felicidade.
Esquecem por completo esse deserto de mediocridade que é o dia-a-dia.
E sorriem na volúpia das belas recordações.
O tédio não reside na alma apaixonada. Não é costumeiro recorrer à razão.
Quem se apaixona torna-se uma pessoa intrépida repentinamente.
E aventura-se nas complicações sem receio.


PalasAthenaanamariajorio, 05.11.2011

sábado, 29 de outubro de 2011

Meu nome




Sou uma pessoa que vive do tempo presente.
Infelizmente, convivo com pessoas que vivem se lembrando do passado.
Tudo bem, a gente sempre fala do que já passou, mas eu gosto é de me situar neste
maravilhoso tempo em que vivemos. Eu preciso do hoje. Eu nao quero falar do amanhã.    Porque meu nome é  AGORA!


         PalasAthena, 29.10.2011.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Céu de águas azuis






Sou arrastada pela força arrebatadora dos
 pensamentos vagos e aéreos sobre o não pensar em nada, como se eu não fosse mais que uma bolha de sabão na lentidão impassível das coisas comuns, do ar abafado na tarde estagnada desse clima quente, da morosidade prolongada, do tédio desarrazoado e angustiante que acomete a todos que, de um jeito ou de outro, arriscam-se ao se expor aos raios solares sonhando com o calidoscópio num céu de águas azuis. Enquanto deslizo virtualmente pelas regiões marítimas, vejo as praias douradas distantes e inacessíveis como belas Andrômedas prisioneiras. Indago-me se não estaria faltando alguma coisa nesse mundo misterioso da minha vida vacilante. Sem saber o que seja, desconfio de uma realidade meio camuflada sibilando pelos ares. Ó existência desdenhosa que jamais se queda por vencida!


PalasAthena, 25.10.2011

Basta-me pouco







Vivemos rodeados por angústias e inquietações. Todos do dias, a paisagem se modifica. Torço para que o meu espírito possa ficar sossegado por, pelo menos, algum tempo, já que é tão complicado tentar viver num mundo harmonioso. Nem gosto de imaginar o que me poderia desagradar na opinião alheia, melhor seria se entre as pessoas não houvesse tanta divergência. Basta-me pouco para me satisfazer, já me acostumei a não esperar por nada e por ninguém, a não ser pelo que já estou acostumada. Entretanto, às vezes as situações me surpreendem. As pessoas passam o tempo de um jeito esperado. Serei tão diferente daquilo que pareço ser? Uma coisa é certa, não sou o que pensam que sou ou o que possa parecer. Já fui todas as estações, isso no sentido metafórico. Escolho dentre todas,  a primavera, sem desmerecer as outras. Em meio às flores, sinto cá dentro do coração uma incendida 
 força que robustece o meu viver. E, quanto ao meu jeito, também posso surpreender. 


PalasAthena, set.2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Alquimia secreta


Num ritmo lento, os trechos melodiosos da música tiveram a propriedade de me abrir à alma mais largamente, arrastando o meu pensamento para perspectivas desconhecidas. Ondas sonoras que me proporcionaram sensações ininteligíveis com o poder de elevar imediatamente o meu espírito, fazendo-me crer na possibilidade de principiar uma existência completamente diferente em qualquer ocasião. Nesses momentos, sinto então uma espécie de renovação que perfuma e ilumina minha vida. Um prazer particular. Minha alquimia secreta. 


 PalasAthena, 07.10.2011.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Irmã triste






Das memórias do passado, perambulando entre as sombras do meu coração, uma irmã triste guardou as palavras fortes que me foram atiradas em ocasiões distantes. Uma vez ou outra, quando chove ou faz frio, essas rosas bravas me incomodam. O sol está a pino, avermelhado. E uma brisa suave, sorrindo feito uma criança, carrega  a irmã triste para um lugar distante. O sol esplêndido e silencioso com todos os seus raios estonteantes. Ó irmã triste, não me maces, por que preciso ser feliz de agora em diante.
 
PalasAthena

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Procura-se






Procuro um lugar distante, entre cedros e carvalhos, um crepúsculo já quase noturno de um fim de tarde outonal, onde possa a minha alma descansar das inquietações e entregar-se à tranquilidade para se robustecer. Quem sabe, livrar-se do marasmo, dessa vontade de nada que me acompanha, essa falta de firmeza, uma malemolência igual a que certas pessoas têm no corpo e que a impedem de se levantar do lugar e fazer alguma coisa. Sei que tal lugar existe dentro de mim. Eu só preciso ter a oportunidade para me redescobrir. E me reencontrar. Assim, serei novamente eu. Eu, que ninguém irá mudar, nem mesmo eu. Eu que sou tão eu como quando nasci.
                                              

 PalasAthena

sábado, 15 de outubro de 2011

Essa linda liberdade





Não aprecio a reclusão que gera uma morte social que precede a morte física. Talvez por essa razão que o meu espírito atribui tanta importância à primavera com suas luzes abençoadas. Amo o pôr do sol com sua dourada e ofuscante tapeçaria se espalhando...em pedrarias incendiárias! Como se fossem chuvas flamejantes na atmosfera. O amarelo do manto do sol se espalha no meu coração de modo tão vasto, que me deslumbra e me transpõe, afastando todas as muralhas de tristeza que em mim possam 
existir.


Por PalasAthena, 08.09.20

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Peça Fundamental



Buscarei sempre mais força para viver.
Não quero terremotos nem o despertar de vulcões.
Magmas cumulativos. Potencial explosivo.
Não!
Precisamos da paz.
A força é para viver.
Não quero forças me moldando.
Quero a força da paz e o sorriso da liberdade.
O amor é a peça fundamental.




PalasAthena, 14 .10.2011

  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Je découvrirai le prix du bonheur!








(Inspirado em o Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry)


Tu estás, ainda, aqui...
E eu já estou aguardando o teu regresso.
É o meu aflito coração que se inquieta com a possibilidade
De tua ausência.
Portanto, vai-te embora
Para voltares o mais rápido que puderes
Na tentativa de aliviar a saudade
Que já me prostra só de pensar
Que tu te foste e não voltaste.
Se tu tens mesmo que partir
Vai-te embora.
Para que eu possa pensar na tua volta
E assim, começarei a  ser feliz.
O poente vai purpurear a tarde,
E eu começarei a te esperar
E o manto da noite espalhará no infinito
Miríades de estrelas pirilampejando como diamantes marchetados.
O prenúncio da tua chegada há de trazer consolo ao meu impaciente 
coração.


DESCOBRIREI O PREÇO DA FELICIDADE !


                              PalasAthena, texto escrito em 2006.
               

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Nessas noites



Nas noites invernosas latidos ressoam no meio da madrugada.
O trem de ferro apita ao longe e eu fico na minha cama de olhos abertos e coração inquieto.
Olhos fitos no nada. Sonolentas ideias perpassam  numa região bem profunda de mim.
Tão bom desligar-se de tudo no aconchego dos sonhos confusos e inofensivos , esses ou
aqueles distantes dos conflitos tempestuosos da vida. Horas silenciosas e benfazejas da
madrugada esperançosa e fria.



PalasAthena, 11 de outubro de 2011.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Falando sério

Sou adulta, mas às vezes não gosto de coisas complicadas.
A gente corre atrás da modernidade, do top de linha e perde o fôlego. De tanto tentar me atualizar, acabei sem tempo de fazer o básico, o óbvio, o simples.
Cansei de ficar cansada de tantos botões, afazeres, obrigações, bobagens.
 Não vi o pôr do sol. Não fiz caminhada leve, nem ouvi música. Passei o dia de modo despreocupado e agora tento não ser infeliz. Faltou cor, aromas e substâncias. Veio o anoitecer. Não fiz o que queria.
Os adultos se preocupam demais com as coisas sérias. Tudo que é 
bom não tem preço.

        PalasAthena, 06.10.2011

sábado, 1 de outubro de 2011

Elas estavam a minha espera


       Lindas e amáveis, as duas cachorrinhas correram para me receber. Tão doces, amorosas, elas são a recompensa de um dia quente e cansativo. Eu amo essas meninas peludinhas. Por mais que o mundo me traga decepções, sei que elas jamais irão deixar de me acolher felizes.
Não importa o quão desligada eu compareça diante delas. Eu contei-lhes um segredo maravilhoso que deve chegar um dia. Elas embora não entendam , sabem que estou falando a linguagem do amor.

                                 PalasAthena

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mudanças



Vivi durante muito tempo às voltas com partidas e chegadas. Não que quisesse, pois nunca gostei dessa história de viver mudando de lugar, de casa, de amigos. Mas fui em frente.  Mudando por vontade ou sem querer, sofri mudanças na vida, briguei, aceitei, me conformei. E quando julgava que nada mais fosse me surpreender,  veio outra mudança.
Outro lugar, outra rua, outra casa. Vida nova.  Confusa ,  tanta novidade.  Será que vou mesmo me mudar ?
De repente…nada mudou, pelo menos  eu não me mudei. Mas as coisas mudaram. E hão sempre  de continuar mudando freneticamente.
Se, às vezes, sinto-me como se fosse um pássaro, vez por outra sinto-me  sem conseguir me mover. Talvez por isso sonhe com mudanças, alçar novos voos por lugares desconhecidos.

          PalasAthena, 28.09.2011.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Terra inóspita




   Quando supero minhas barreiras, encontro outros insondáveis desertos, não o que se costuma chamar de deserto, mas tudo o que se mostra impessoal, distante, formal.  Tentamos por vezes estabelecer apenas alguns laços de cordialidade…e nos deparamos com terra tórrida, uma espécie de dureza, aspereza. Uma falta de brandura no olhar, sensibilidade nas palavras. São altas muralhas, cujos alicerces inabaláveis tornam patéticas nossas tentativas de alcançar o cimo.


                                 (escrito em 21.09.2007 PalasAthena)

Meus desertos




Quem me obriga ao silêncio, este que me tem acompanhado ultimamente?  Longas reflexões, perguntas sem respostas, angústias,  inquietações, indecisões , bruscas reviravoltas. Estes silêncios são os desejos de tentar entender certas coisas que ninguém jamais me poderá explicar. Não há palavras que possam traduzir as tentativas vãs de atravessar meus desertos interiores.


(texto escrito em 21.09.2007)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

No caminho de Parati







O sol envolvia o nosso caminho decorado de folhas verdes, manacás, embaúvas e curvas sinuosas. Ventos marítimos soprados pelas lamentações vagarosas das ondas, ora convulsas, ora respeitosas, fazendo reverências às areias do chão. Confundida pelas minhas próprias indagações momentâneas, às vezes inconsistentes, não ousei abrir a boca durante a viagem. A natureza era real e inenarrável. Meditando deixei-me levar pelas cores imponderáveis de um prismático pôr do sol. Finalmente Parati! Era manhã de 17 de junho de 2011. Outras vezes lá estive. Mas sempre será novidade num coração que não vive sem sonhar.


PalasAthenaA_j

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Joãozinho, uma saudade


 
Nosso bichinho...saudade. Merecia o nosso respeito porque era melhor que muito ser humano: não causou mal a ninguém. Nunca.


                                                          PalasAthenaA_j

Saudade dele

Um pássaro, apenas.

Hoje senti falta dele quando fui ao quintal.

Ele fez parte de nossa  vida por alguns anos.

O nosso passarinho ficou doente e não sobreviveu.

Não volta mais.

Inda não me acostumei.

Há outras partidas que deixaram saudade em mim.

Também não sei se um dia conseguirei esquecê-las.



PalasAthenaA_j

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Inverno




Gosto das coisas inusitadas. E do mistério. O romance lança as cores na tela de nossa vida. Nestas manhãs invernais aposto nos edredons bem quentinhos e numa xícara de café com leite. As tardes são tépidas. As noites prometem tanto. E as madrugadas silenciosas cumprem as promessas das noites com beijos e abraços enluarados à natureza. De quando em vez,  latidos ressoam.  Um trem de ferro apita ao longe. Fecho os olhos para entrar na floresta do alheamento com Fernando Pessoa. Boa noite Whitman.


PalasAthenaA_j

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sentir-se feliz




Sentir-se feliz é tão bom
Mas a gente esquece o caminho da felicidade
Por que a felicidade são momentos
Às vezes estamos sendo felizes num momento
Vem um pensamento a seguir que nos tira a tal felicidade
E nos esquecemos que antes de nos tornarmos meio entristecidos, estávamos sendo felizes
Estávamos? Mas e antes disso acontecer? Bom...
É um montão de momentos
Melhora, piora, melhora
Assim é a vida.
Por isso é importante saber tolerar as situações porque a roda vai girar,
O tempo não para e os momentos se alternam.

                                 PalasAthenaA_j

terça-feira, 30 de agosto de 2011

No caminho de Swann

 O livro possui descrições cativantes da natureza; Quando leio, muitas vezes traço o perfil dos personagens

de um jeito particular; depois estabeleço comparações para ver as diferenças: Proust é encantador. Merece

figurar ao lado os grandes, pois é muito bom. Mas é um livro que exige um pouco de paciência.

   


O livro, entre tantos valores, salienta as relações afetivas entre mãe e filho.


PalasAthenaA_j

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Inverno ou verão


Ó ares macios da tarde de sol resplendente!
O perfume da esperança brotando em nossos corações.
As inseguranças da madrugada ficaram esmaecidas na certeza


da manhã de pernas firmes e propósitos
 verdadeiros.
Ó dia de brisa galopante e suave!
O fascínio da luz do dia imerso na claridade do inverno


empresta sonhos à minha alma amorosa.
Quem além de mim irá colorir os meus sonhos?
Sim, vou viver o verão que se adianta.


Vou vivê-lo em todos os momentos.
Os anjos também gostam de olhar o dia claro e brincar com


as cores.
   
                                                 PalasAthenaA_j

sábado, 27 de agosto de 2011

Os dois lados de mim





De um lado, marés se aceleram ou recuam, indo e vindo com remoinhos e
cintilações espumantes.
Ouves a explosão das ondas que se agitam ao vento?
São as vozes das minhas profundezas insondáveis do outro lado de mim.
Lá estão escondidos os meus segredos. Atrás das rochas elevadas ao longo do oceano.
De outro lado, o rio, com curvas e corredeiras, clamando, devorando os
caminhos  até alcançar, fundir e abraçar as águas do outro continente.
Calmaria e confusão.


 Ó coração, por vezes selvagem em meio ao estrondo
das águas imperiosas, outras tantas vezes acalmado, sensível e confiante
na doçura das tuas águas claras, por que te contradizes?

                  PalasAthenaA_j


Deus abençoe você!


Obrigada minha filhinha, o meu blog ficou lindo!


PalasAthenaA_j

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Os meus olhos esbraseados


Sinto uma despedida no peito. Vem do fundo da alma uma agulhada de melancolia.
Começa a se esparramar por dentro da gente como tinta que cai no papel e escorre até
manchar  tudo a  sua volta. Algumas lágrimas inquietas se precipitam dos meus olhos
esbraseados. Finjo um sorriso  forçado, sorumbático. O meu gesto  mais parece uma tentativa
de sofrear  a angústia que brota do meu coração. É apenas um disfarce da desventura
clandestina que vez por outra se apodera  de mim.

 Escrito em 10.02.2006.  PalasAthenaA_j

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

No silêncio de mim


Derramo minhas emoções em papéis.
Sem temas pré-estabelecidos nem hora determinada.
Com a voz do coração.
É o meu jeito de ficar só.
Esparramo-me no silêncio de mim.
As palavras são véus cobrindo os meus pensamentos.
Vão-se formando silenciosas.
Depois adquirem autonomia.
Li num livro traduzido de Proust,  o seguinte:” Há uma linda espécie de silêncio, não é?
Para os corações feridos como o meu, um romancista pretende que convêm somente a
sombra e o silêncio. Chega um momento na vida em que os olhos fatigados já não suportam
senão  uma luz, a que uma bela noite como esta  prepara e destila com a escuridão, em que os
ouvidos  só podem escutar a música tocada pelo luar na flauta do silêncio”
Essas palavras só podem vir de um  homem movido pelas paixões.
Ademais hoje não está  uma noite enluarada. O tempo não nos presenteou com um ocaso
rubro e dourado,  então tomara que esse frio não dure muito. E tirando as horas  necessárias à
solidão, prefiro  um ambiente sonoro e cheio de luzes.
                       
                                                            PalasAthenaA_j

domingo, 21 de agosto de 2011

O shortinho é o mesmo


 Meu filho, Luciano, em 1978 aos 4 anos de idade.





Pietra, minha neta, hoje em dia. Ela encontrou o shortinho do tio que eu havia guardado.

                                                                     Pode?

                                                                            PalasAthenaA_j