quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mudanças



Vivi durante muito tempo às voltas com partidas e chegadas. Não que quisesse, pois nunca gostei dessa história de viver mudando de lugar, de casa, de amigos. Mas fui em frente.  Mudando por vontade ou sem querer, sofri mudanças na vida, briguei, aceitei, me conformei. E quando julgava que nada mais fosse me surpreender,  veio outra mudança.
Outro lugar, outra rua, outra casa. Vida nova.  Confusa ,  tanta novidade.  Será que vou mesmo me mudar ?
De repente…nada mudou, pelo menos  eu não me mudei. Mas as coisas mudaram. E hão sempre  de continuar mudando freneticamente.
Se, às vezes, sinto-me como se fosse um pássaro, vez por outra sinto-me  sem conseguir me mover. Talvez por isso sonhe com mudanças, alçar novos voos por lugares desconhecidos.

          PalasAthena, 28.09.2011.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Terra inóspita




   Quando supero minhas barreiras, encontro outros insondáveis desertos, não o que se costuma chamar de deserto, mas tudo o que se mostra impessoal, distante, formal.  Tentamos por vezes estabelecer apenas alguns laços de cordialidade…e nos deparamos com terra tórrida, uma espécie de dureza, aspereza. Uma falta de brandura no olhar, sensibilidade nas palavras. São altas muralhas, cujos alicerces inabaláveis tornam patéticas nossas tentativas de alcançar o cimo.


                                 (escrito em 21.09.2007 PalasAthena)

Meus desertos




Quem me obriga ao silêncio, este que me tem acompanhado ultimamente?  Longas reflexões, perguntas sem respostas, angústias,  inquietações, indecisões , bruscas reviravoltas. Estes silêncios são os desejos de tentar entender certas coisas que ninguém jamais me poderá explicar. Não há palavras que possam traduzir as tentativas vãs de atravessar meus desertos interiores.


(texto escrito em 21.09.2007)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

No caminho de Parati







O sol envolvia o nosso caminho decorado de folhas verdes, manacás, embaúvas e curvas sinuosas. Ventos marítimos soprados pelas lamentações vagarosas das ondas, ora convulsas, ora respeitosas, fazendo reverências às areias do chão. Confundida pelas minhas próprias indagações momentâneas, às vezes inconsistentes, não ousei abrir a boca durante a viagem. A natureza era real e inenarrável. Meditando deixei-me levar pelas cores imponderáveis de um prismático pôr do sol. Finalmente Parati! Era manhã de 17 de junho de 2011. Outras vezes lá estive. Mas sempre será novidade num coração que não vive sem sonhar.


PalasAthenaA_j

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Joãozinho, uma saudade


 
Nosso bichinho...saudade. Merecia o nosso respeito porque era melhor que muito ser humano: não causou mal a ninguém. Nunca.


                                                          PalasAthenaA_j

Saudade dele

Um pássaro, apenas.

Hoje senti falta dele quando fui ao quintal.

Ele fez parte de nossa  vida por alguns anos.

O nosso passarinho ficou doente e não sobreviveu.

Não volta mais.

Inda não me acostumei.

Há outras partidas que deixaram saudade em mim.

Também não sei se um dia conseguirei esquecê-las.



PalasAthenaA_j

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Inverno




Gosto das coisas inusitadas. E do mistério. O romance lança as cores na tela de nossa vida. Nestas manhãs invernais aposto nos edredons bem quentinhos e numa xícara de café com leite. As tardes são tépidas. As noites prometem tanto. E as madrugadas silenciosas cumprem as promessas das noites com beijos e abraços enluarados à natureza. De quando em vez,  latidos ressoam.  Um trem de ferro apita ao longe. Fecho os olhos para entrar na floresta do alheamento com Fernando Pessoa. Boa noite Whitman.


PalasAthenaA_j