quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cega idolatria




 A vida, sonho dourado da juventude, de quem não sente fome nem sede, em meio à fantasia de flores e rubis, no horizonte azulado do amor e da paixão. Espíritos ardentes que conseguem abraçar as duas extremidades do céu sem sentir medo. Esperança inextinguível de um tempo cheio de cores. Tanta disposição que torna o espírito lutador e não recua diante dos obstáculos hipócritas que possam sobrevir. Ó juventude despreocupada que atende aos seus desejos e não se abate com as dificuldades causadas pelos olhares de uma sociedade muitas vezes, cheios de incompreensão e injustiça. Ó inesgotáveis  forças da juventude, que exagera o bem e enfraquece o mal, que se esquecem das misérias presentes ocupando-se do amor e da paixão pela vida. Ó almas ardentes que possuem a firmeza da primavera e se equilibram com as graças de suas inesgotáveis crenças no mundo!

 Este texto, elaborado com a preciosa ajuda dos meus companheiros inseparáveis (os livros) é dedicado à jovem que mora em mim. Ela é o meu outro eu,  esta que escreve , Palas Athena , não padece as agruras daquela nem tampouco é jovem.

                            PalasAthena, 23.11.2011

Tais esperanças, tais desvelos..





     “ Poderia limitar-me a cantar, rir, beber e como um gordo cônego, satisfeito, à vontade, sem inquietações, sem negócios, passar a noite a dormir bem e o dia a não fazer nada”.
Nicolas Boileau-Despréaux, crítico e poeta francês, arrependido de ter escolhido a profissão de poeta.

A arte incomoda; se não  incomodar pode ser uma decoração.
Paulo Tarcizio

Sempre fui um espírito melancólico e meditativo.  Palas Athena

Depois que casa, engorda.   Paulo Tarcizio                                                                  



                         PalasAthena, 23.11.2011

CAMALEOA




As pessoas são complexas em sua natureza. E apresentam contrastes em sua personalidade. Acredito no desprezo que sentimos pelo nosso eu reprimido. Procuramos revesti-lo de um invólucro que buscamos às vezes belo demais, contanto que nos agrade. Criamos uma teoria estética em nossa mente do que nos é adequado. Loura hoje, morena amanhã... Mudando sempre e, não se deixando levar pelas opiniões alheias, a mulher procura a compensação elegendo-se a própria celebridade dos seus sonhos mais escondidos. Se o esforço for recompensado, se for para um aumento do brilho interior, este que nos move e nos deixa felizes, então traga à tona toda a força de vontade que possuir e realize suas façanhas. Pelo menos, tente ser feliz. Tente!


PalasAthena, 22.11.2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Chuva republicana




Na semana passada, estive entregue à leitura comovente sobre Julien Sorel, personagem central de Stendhal em “O vermelho e o negro”. Eu tinha vindo de Proust em “No caminho de Swann”, ambos imperiosos no estilo e no vocabulário,  conseguiram prender minha atenção de um modo admirável. Não via a hora de terminar essas leituras para ingressar em outras. Stendhal nos mostra um Julien apaixonado pelos livros. Declara que  o personagem encontra neles, a um só tempo, felicidade, êxtase e consolo nas horas de desânimo. Tomei para mim esse exemplo. Deleitando-me com o prazer da leitura procuro aliviar meu peito com uma alegria singular. O livro  me inspira tanto que me entrego a essa atividade o dia inteiro e saio dela renovada. O céu carregado de nuvens  densas anuncia uma chuva intermitente neste 15 de novembro estremecido pelo mau tempo. Depois de Stendhal, abri Voltaire (Cândido) e Maksim Górki (Infância), os dois ao mesmo tempo. Permaneci no escritor russo. Lá vamos nós nessa narrativa romanesca.   

  PalasAthena                  15.11.2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Contrastes do Mundo





Ao contato com a opinião contrastante desse mundo, prefiro permanecer
silenciosa e sombria. Após tanto tempo, ainda descubro algo de vago, de
imprevisto, quase de abandono nos sentimentos de algumas pessoas em
relação a outras. E vou constatando essas intenções (serão passageiras?)
bastante contrariada. Vejo apenas uma ocasião para ser feliz: ficar longe
das coisas costumeiras, distante do ar severo do passado e das
desavenças. Conviver com uma alma árida, que mal responde ao afeto
que lhe demonstram,  não está nos planos de ninguém. Quero resumir o
que penso: as minhas contrariedades são passageiras (algumas), outras,
mais demoradas. Uma grande bobagem é ficar remoendo os amargos
pensamentos.


13.11.2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O vale solitário dos meus pensamentos






Tenho tido ultimamente muito bons amigos. Encontro neles, a
Um só tempo, prazer e companhia, um fortalecimento
 necessário para retemperar minha alma. Deixo-me
 viver simplesmente. Procuro no isolamento e no silêncio da
tarde, a felicidade de poder refletir com serenidade profunda
sobre os meus próprios pensamentos e escrevê-los sem pretensão
alguma. Lá fora, um inferno de hipocrisias e encrencas. Aqui,
meus amigos, sempre polidos e elegantes, tão sabiamente
enriquecidos pelas diferentes culturas. Quem são eles? Ora, os
livros!  

“Aqui, os homens não poderiam me atingir.  Por que
não passar a noite aqui?  Tenho pão e sou livre!”  O vermelho e
o negro, Stendhal.


              PalasAthena, 10.11.2011

sábado, 5 de novembro de 2011

Uma Pessoa Apaixonada




As pessoas tornam-se distraídas quando se apaixonam.
Caminham ao léu por ruas e avenidas em deliciosos instantes de felicidade.
Esquecem por completo esse deserto de mediocridade que é o dia-a-dia.
E sorriem na volúpia das belas recordações.
O tédio não reside na alma apaixonada. Não é costumeiro recorrer à razão.
Quem se apaixona torna-se uma pessoa intrépida repentinamente.
E aventura-se nas complicações sem receio.


PalasAthenaanamariajorio, 05.11.2011