quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Meu sentir





Há dias em que meu coração é um voejar cantante que se estende por intermináveis vergéis floridos;

Vez por outra, é um sacolejar de pedras numa carroça que segue lenta e preguiçosa por
um caminho de pó;

Muita vez, meu coração é um dobre constante de sinos desritmados.

De vez em vez, um mar esparramado em calmaria...

Repentinamente... maré cheia, as águas erguendo-se novamente em altivas e desenfreadas ondas.

Fluindo e refluindo num entrechocar-se de alvadia espumarada.

Um mar picado sob um céu empalecido.

De quando em quando, o meu coração é um céu sereno.

É somente coração. 


PalasAthena

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ópera da Morte





Vi uma expressão de compungida tristeza naqueles olhos que eu amo. Trazia um desolado e úmido brilho, um ar desconsolado e inquisidor, frente ao qual não elevei o meu olhar por que não teria resposta para as questões sobre a morte que a mim foram direcionadas. Pensei nesse carrasco que nos separa das pessoas a quem amamos. Por outro lado, ela pode aliviar um sofrimento doloroso e incurável quando abrevia a vida de quem já muito padece. A ópera da morte, é assim que me refiro  à ela, aguarda a todos com impaciência, com seu canto lúgubre. Entra-nos constantemente o medo no coração, como uma brasa inextinguível a nos queimar. Afundados na noite, somos lutadores na inquietante guerra contra algo que nos tira o sono todas as madrugadas. Lutamos contra  a estressante insônia. Vencido o combate numa noite, logo teremos que combatê-lo na noite seguinte.

PalasAthena, texto escrito em   07.08.2007

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Verão de água doce





Há por todo o lado vibrantes frêmitos de alegria. Aqui e além espreitam olhares e sorrisos intensos, vivos, num vozerio espalhado pelo deck da piscina, iluminado de sol e calor. Uma vertigem de pessoas inebriadas por todas as seduções que o verão pode oferecer, um ir e vir de bebidas e salgadinhos, um vapor de perfumes de bloqueadores solares e a embriaguez das imaginações meio enlouquecidas pela iminência do carnaval.


Palas Athena, 18.02.2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um jeito de dizer as coisas




Tenho que encontrar sempre  um caminho, uma vereda, um escape, um modo especial de contar tudo sem revelar muito do que está escondido nas sendas do meu coração.
Ouço o murmúrio da chuva em pingos retumbantes . A natureza embriagou-se  novamente de nuvens brancas nada amigáveis. Tudo acontecendo nesta desar
razoada segunda feira. Estou no limiar de minha paciência olhando esse tempo circunspecto.
Onde está o esplendor do sol?

                                                   PalasAthena, 13.02.2012
  

Visão Poética





Entre as verdes águas e o céu azul, os meus problemas nem sequer
existem. Entretanto a felicidade, por vezes, é apenas uma ideia longínqua, uma nuvem levada
pela poeira do vento, uma recordação. Distancia-se de nós, torna-se uma linha delgada e
distante. Como seria bom se a minha alma descobrisse todos os segredos do mundo para
evitar as andanças pelos campos de batalha.  Uma vontade de voltar para a tagarelice das
ondas  que me compreendem tão bem!


Palas Athena, 12.02.2012