quarta-feira, 24 de setembro de 2014

De volta à primavera



O verão desperta desejos, desencadeia paixões, põe cores cambiantes nas almas e nos lábios de todos nós. O tempo segue gotejando como um velho chafariz que não para nunca, e um dia quando percebemos já é inverno outra vez. Vamos seguindo com nossas pequenas alegrias, nossas misérias cotidianas, amalgamadas e ao mesmo tempo separadas para nos chamar à razão. Somos despertados a cada manhã ao sabor da realidade. Por vezes, nem queremos sair da cama. É o nosso coração que conduz a carga mais preciosa, quem nos avisa da hora de recomeçar todos os dias. O amor sabe ser paciente, silencioso, abnegado, mas também nos concede avisos, ordens, trabalhos a cumprir. Como é a chegada da primavera, as manhãs vão adquirindo viço a cada dia que passa.


Palasathenaanamariajorio, 24 de setembro de 2014.

domingo, 14 de setembro de 2014

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A caixa de Pandora do futuro



O futuro nos aguarda na soleira, no vão da porta do destino. Ele é uma caixa de Pandora com mistérios, curiosidades, coisas grandes e pequenas, todavia não será apenas malévolo, nos reservará surpresas agradáveis certamente. Não podemos desvendá-lo. Nada é simples ou fácil o bastante para ser desprezado. Se não podemos compreender tudo, o tempo nos ensinará a ter paciência. O nosso instinto nos sopra isso nos ouvidos.

                                       Palasathenaanamariajorio, 09.09.2014.



segunda-feira, 8 de setembro de 2014

As variantes insondáveis de um SER



Existem pessoas comuns, delas o mundo está povoado. Porém existem pessoas raras, criaturas mágicas e misteriosas, iluminadas por um sol particular. Irradiam um brilho, um encanto, um bem querer por onde vão. Elas nasceram de um céu estrelejado, de uma lira, de uma melodia, amam poesia uma vez que já são poesia. São iguais a uma paleta de cores indecifráveis, cambiantes, enigmáticas e coloridas feito aquarela. Elas são doces, densas—gemas preciosas, poços muito fundos, carregam silêncios profundos de segredos, falam menos e observam mais, Possuem a alma bondosa, trazem certeza na voz e afastam de si o inóspito e o amargo. Delas emanam uma vibração, uma energia. Por vezes, chegam a ser quase irreais. Elas são parecidas com a alegria de uma festa. Gostam de passear ao extremo, são comunicativas, se lançam na vida, na arte, no mundo. Recolhem-se quando se faz necessário, para logo em seguida anunciar sua volta benfazeja por todo o lado que passar. Para nossa tristeza, essas preciosidades quase não existem, não se encontram facilmente em parte alguma e são difíceis de serem vistas ou encontradas.

Palasathenaanamariajorio, 08.10.2014.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Retumba em mim





Aonde quer que eu vá...

Acompanha-me um coração apertado em inquietantes angústias

Um mar encapelado dentro de mim

Receosa de pisar num chão retalhado de armadilhas, meu coração

Flui e reflui em marés de um oceano atormentado pelo constante choque das ondas escarninhas

Sempre raia uma luz entre as nuvens da minha inconstância

Adormeço e volvo os olhos esgazeados para de súbito acordar, de um modo esbaforido em meio ao estrepitoso mar que retumba em mim.


PalasAthenaanamariajorio, 11.02.2006

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pindamonhangaba




Manhãs da minha terra abençoada,
Céu azul, horizonte purpurino...
Na torre da Matriz repicam sinos.
Há luz desde a mais tenra madrugada.

E, bordando os meus sonhos de criança,
Este sol de uma eterna primavera
Embebedado em luz fulgente e bela
Lançando-me sorrisos de esperança!

Nos crepúsculos tintos de dourado,
Pelas tardes de outono, em doce enleio,
Cismando e sonhando nos devaneios,
Passeiam a sorrir os namorados.

No leito, o Paraíba enlanguescido
Desfruta pela noite, embriagado,
Do mágico luar de apaixonados
Sob a sombra do Bosque adormecido.

Minha cidade, tribo, aldeia, taba
Chão bendito, seara venturosa,
Que devolve em colheita generosa
O que planto em ti, Pindamonhangaba!

Meu lar, meu paraíso, meu remanso,
Refúgio para todos meus cansaços,
Meus amores, meus mais felizes passos,
Destino do meu mais certo descanso.

                         Palasathenaanamariajorio, abril de 2006.


Calanga simplesmente






Chamei-a Lagartina. Uma fêmea.  Surgiu em nosso quintal, logo depois da nossa viagem a Maceió. 

Assustada sempre, no início também me assustou. Eu, que tenho medo de baratas, gritei quando a vi.

Mas ela tinha mais medo de mim que eu dela. 

Assim ficamos. Uma fugindo da outra.

Acontece que ela queria ir embora. Queria sim, surpreendi-a tentando subir pela lateral de uma escada tentando escalar o muro para a liberdade. Pobrezinha, caiu ou melhor, escorregou de volta ao quintal. 

E, numa disparada, correu de volta ao entulho.

Numa noite, choveu feio. Chuva de verão fazendo esparramote! 

No dia seguinte, procurei por ela. Em vão...

Todo o dia me lembrava dela. Uma simples fêmea de lagarto, uma criaturazinha de Deus. Uma minha amiga por tão pouco tempo.

Senti saudade, ainda sinto. Ontem, contei essa história para a Pietra e para a Yasmin.

Passarei a dedicar essa historinha às crianças que saberão entendê- la.  In memoriam da pequena Lagartina.

Palasathenaanamariajorio, 05.05.2014.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Os meus olhos abraseados



Sinto uma despedida no peito. Vem do fundo da alma uma agulhada de melancolia.
Começa a se esparramar por dentro da gente como tinta que cai no papel e escorre até
manchar  tudo a  sua volta. Algumas lágrimas inquietas se precipitam dos meus olhos
esbraseados. Finjo um sorriso forçado, sorumbático. O meu gesto mais parece uma tentativa
de sofrear  a angústia que brota do meu coração. É apenas um disfarce da desventura
clandestina que vive grudada em mim.



(Resolvi brincar com as palavras mudando o nome do texto que já foi colocado neste blog. lá atrás, em agosto de 2011.)

 Escrito em 10.02.2006.  PalasAthenaAnamariajorio

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ENZO, irmão.





Dentro em pouco entrarás, verás então
Iluminarem-se o riso das meninas.
As tuas irmãzinhas pequeninas
Esperam sempre o teu retorno irmão.

Um cão amigo irá latir ou não,
Outra amiga com muita disciplina,
A cauda abanará tão feminina,
E assim terás já visto mais um cão.

Menino forte, buscas sempre o Amor.
Na escola, tiras notas com louvor!
Sê feliz, teu progresso está no estudo.

Supera tuas marcas transitórias.
Vença a ti mesmo, esta é a maior das glórias.
Serás assim um vencedor em tudo.


Palas Athenaanamariajório

10.02.2014.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

PIETRA, Vento e Luz!




 Pietra, Vento e Luz!

Eu te acompanho desde pequenina...
Jurei ficar porque te vi nascer.
Estou feliz, pois vendo-te crescer
Uma criança me ama e me ilumina.

Cheia de vida, és também a minha
Contínua e jovem poesia de amor.
Um vento bagunceiro, talvez flor,
Quem sabe a pedra em forma de menina.

Que lapidada, aos poucos brilha ao sol.
Um meteoro de esfuziante luz.
Por vezes, canto doce, um rouxinol...

 - Pequena joia, não te amei em vão.
Irrequieta pedra do meu chão!
Sol de amor puro e intenso que reluz.



Palas Athenaanamariajório, 05.02.2014.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Félix, onde está você?




Ontem, fiquei esperando a novela ...mas não foi o Félix beijando o Niko quem apareceu, tampouco os personagens que aprendi a gostar tanto. Vieram umas pessoas novas numa história desconhecida...Mudei de canal, fiquei com saudade da outra novela, daquela que acabou... Depois veio o big brother, mas também não completou... Fui para um filme no Space (Net), e lá permaneci com o maridão, de mãos dadas, às vezes largávamos das mãos, o aparelho de ar condicionado nas últimas, calorão...Pior era a culpa de ter visto através do celular que o Le cafè estava exibindo uma torta espetacular de nozes! Ai, ai, meu Deus!
O Paulo, meu marido, foi lá e trouxe a assassina da boa forma para nós! E fomos para ela! A delícia era bem pior que a Valdirene para o Despacho de Encruzilhada! Fechei os olhos...e fui! Nossa, nem posso sequer imaginar aquilo! Seguinte: A novela nova não deu, desculpa Sr. Manoel Carlos, mas o Félix arrasou! Não tem para ninguém! Devia ter chamado novela do Félix! Eu acho. Voto no Félix. Preciso de um tempo. Hoje fiquei no computador para disfarçar. Não vou de novo sofrer mais uma decepção à procura do Félix. E viva o Félix!


Palasathenaanamariajório, 04.02.2014.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O Cristal YASMIN !




Menina flor, Yasmin...assim se chama...
Manhã raiada, branca e perfumada.
Pequena ainda, doce e delicada,
Translúcido é o amor que ela esparrama.

Eis uma flor que dorme e que desperta,
Caminha pela casa num instante.
Se quer alguma coisa, a flor falante,
De um frágil modo, forte nos alerta.

A sua cor em tom marfim dourado
Não se confunde, tanto é intocado.
Ela é fragrância, pele de cetim.

A flor criança, um tico de menina,
Agora é linda por ser pequenina!
E vai crescer com o aroma de um jasmim!

Para a nossa pequena Yasmin, em 29.01.2014.

Palasathenaanamariajorio