Um ano inteiro de leituras balzaquianas. Não aprecio essa chuva de
raios e trovões. Minha cachorrinha Tiffany, trêmula em meu colo, não sabe o que
fazer. Tampouco sei como dar-lhe consolo nessas tempestades barulhentas.
Todavia percebo que as pessoas de um modo geral estão mais comemorativas, mais
alegres, fazendo planos e comprando... E a vida assim vai prosseguindo em seu
ritmo costumeiro, como há milhares de anos vem acontecendo. E tudo vai passando,
outras pessoas virão e o mundo continuará como sempre existiu, havendo
mudanças, porém existindo. Outros amores, outros corações se balançando,
sofrimentos e contentamentos. Já passei por chuvas fracas e aguaceiros
perigosos. E saí ilesa, alguns arranhões, roupas e sapatos molhados, mas
consegui... Ainda estou na chuva, mas não me deixo encharcar nunca mais.
Ah, vou continuar lendo Balzac.