domingo, 23 de dezembro de 2012

Balzac e eu






Um ano inteiro de leituras balzaquianas. Não aprecio essa chuva de raios e trovões. Minha cachorrinha Tiffany, trêmula em meu colo, não sabe o que fazer. Tampouco sei como dar-lhe consolo nessas tempestades barulhentas. Todavia percebo que as pessoas de um modo geral estão mais comemorativas, mais alegres, fazendo planos e comprando... E a vida assim vai prosseguindo em seu ritmo costumeiro, como há milhares de anos vem acontecendo. E tudo vai passando, outras pessoas virão e o mundo continuará como sempre existiu, havendo mudanças, porém existindo. Outros amores, outros corações se balançando, sofrimentos e contentamentos. Já passei por chuvas fracas e aguaceiros perigosos. E saí ilesa, alguns arranhões, roupas e sapatos molhados, mas consegui... Ainda estou na chuva, mas não me deixo encharcar nunca mais.
Ah, vou continuar lendo Balzac.

Palas Athena, 23.12.2012.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Manhãs com Yasmin





Linda, da brancura de uma flor de magnólia! Uma glória que se eleva!
Criança de sorriso fácil,  olhinhos buliçosos e instantâneo amor desperto dentro da gente.

                 Palas Athena, 01.12.2012

Um direito: o de não fazer nada






Engoliu com delícia a sua torradinha com margarina. Depois, saiu a passear...
Devia ser assim, as pessoas poderem gastar o seu tempo prazerosamente, simplesmente em
não fazer nada! Somente deixar-se levar, ficar à toa, à deriva dos acontecimentos, passar as
tardes flanando pelas calçadas, a ver vitrines com brinquedos de Natal , ou chupando
casquinhas de sorvete com as crianças.
Por que a avidez por vencer o tempo, por antecipar a vida? Não seria melhor poder trocar
algumas palavras com pessoas, à beira de um lago, num pátio sossegado, sentados num banco
rodeados de grama, musgos, alguns pássaros, naquele velho jardim durante um certo e bom
período? Até ao pôr do Sol, diríamos grandes nadas recolhidos na calma que esconde do
mundo as perturbações conflitantes. Estaríamos ladeados pela calmaria de não ter
preocupações estreitas relativas ao nosso dia a dia. Levantaríamos de manhã mais ou menos
cedo para nos refugiarmos no jardim e observarmos as flores, sentir prazeres desconhecidos
e simples. Abandonaríamos a pressa, ouviríamos conversas, aproveitaríamos o tempo
gastando-o em não fazer nada. Enquanto isso nos deixaríamos arrastar deliciosamente para
longe, na completa vertigem dos pensamentos ao sabor do vento.

Palas Athena, 01.12.2012.

domingo, 11 de novembro de 2012

Poder dispor do tempo




O desejo de ter todo o tempo necessário para fazer o que gosto me deixa aliviada. Posso sentir a vida e os perfumes, dispor das manhãs de verão tão mágicas sem necessidade de olhar constantemente o relógio. Vejo as horas à medida que aumentam lá fora os raios do sol. Um prazer vago, envolvente e quente como a brisa da primavera vai se apoderando de mim. Descubro encantos completamente novos no aspecto das coisas antes, a meu ver, tão banais. Por que agora posso dispor do meu tempo. Antigamente tudo estava delimitado ao meu redor, espremido, sufocado na pressa e no passar das horas. O meu espírito fatigado se consumia por ser necessário cronometrar o dia e a noite. Eu tinha tanta pressa, mas pra quê? A gente corria para recomeçar tudo no dia seguinte.


Palas Athena, 07.11.2012.





quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Figueira



Sou uma velha árvore que não discute mais a razão filosófica deste meu existir.
Parece-me justo descansar. Quando recobrar algumas forças, tornar-me-ei alegre novamente. A  felicidade remoça e eu quero sentir novamente a luz coada pelas minhas folhagens refletir
a doce esperança de glória na minha ramagem.

    Palas Athena, 02.08.2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dia dos Pais


Um dia de família reunida






Flores: rosas e Yasmins !



Dia dos PAIS



Laços de fita, laços de amor, laços ligando a gente, lanches, abraços, fotos. Para construí-los é preciso estar junto, passear, repartir melhor o pão, deixar fluir a amizade, convivência de muitos anos, deixar nascer o respeito, pegar ao colo, beijar, andar junto. Aí nasce o Amor. E as coisas vão se ajuntando, tudo se encaixa. Então entra a caixa de chocolate e tudo fica uma  delícia! Não podemos esquecer das flores: rosas, hortênsias e Yasmins!





A gente não vai se separar NUNCA!

Palas Athena, 13.08.2012

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Não são







As pessoas se aglomeram nas calçadas da existência, mas são extremamente solitárias. Quantas mágoas se ocultam no âmago
dessas solidões monstruosas que habitam os corações humanos!
Que angústias provocam tais abandonos!
Como sofrem as almas ternas e delicadas por ocasião das incompreensões do mundo! Não são todas as almas dotadas da faculdade de ver o espírito
íntimo das coisas.

PalasAthena 31.07.2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Vou Voltar






Melodia tocada e cantada por um grupo de rapazes na década de 60, não sei precisar-lhe o nome correto, mas diziam em coro “Vou Voltar, sei que ainda vou voltar...” e eu queria partir, fazer não sei quê, voltar eu não queria. Eu me sentia paralisada, queria fugir, mas para onde, como assim? Nessa época, eu, jovem carregando nas costas minhas dúvidas e incertezas, conquanto não estivesse ainda preparada para sofrer, ficava pensando na profunda significação daquelas palavras e permanecia durante algum tempo como aniquilada, sem todavia perder completamente os sentidos. Alguma coisa me dizia sobre a tristeza do mundo. Minha vida era uma obra começada e o meu futuro já estava sendo esboçado. Eu devia partir daí a alguns anos. Ouvindo “vou voltar” não tinha a menor ideia para onde ir.
   
 PalasAthena, 29 de julho de 2012.

sábado, 23 de junho de 2012

Aconteceu na Escola

O livro é uma relíquia para a cultura da nossa cidade e merece ser lido com seriedade. Obrigada a todos que gentilmente compareceram . Tenho a certeza que foi um momento inesquecível que ficará guardado em nossos corações.

                      

                     

  PalasAthena,23.06.2012

sábado, 9 de junho de 2012

Hoje


                                          
“Oh! Laure, que tombo dos meus dias de glória!”. Honoré de Balzac







 Minha  filha comentou outro dia que sua filhinha de 04 anos já pronuncia as palavras corretamente, portanto não dizia mais nada engraçado para ser colocado no blog "Pietra, você é meu sol". 
Hoje, Pietra não parava de importunar minha filha que conversava comigo ao celular. O aparelho estava escondido em seu bolso, pois tinha as mãos ocupadas segurando a minha outra netinha Yasmin, recém-nascida. E estava usando fone de ouvido. Desse modo a menina não via o celular. Ela queria falar, falar, blá,blá,blá... Levou uma advertência da mãe. “Fique quieta, não vê que estou falando com sua avó!”. A danadinha respondeu prontamente: “Cadê minha avó?”. Nós duas rimos.


            PalasAthena, 08.06.2012.

sábado, 5 de maio de 2012

Mamãe

Alguns versinhos despretensiosos para as mães:



Mãe, tu és a minha estrela,
a mais bela do universo
Não consigo descrevê-la
nem nas linhas do meu verso.


Mamãe, agora já lenta,
com seus passinhos no solo...
Já foste a mãe que amamenta
o seu filhinho no colo.            

                     


                           PalasAthena

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Trovinha da PalasAthena







Meu espírito impoluto,
Não me deixes sofrer tanto! 
Quero sorrir, mas eu luto
Contra um bruxo em cada canto!






                                              trovinha escrita em novembro de 2007


                                PalasAthena, 04 de maio de 2012.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Tiffany







Quando criança jamais tive um cachorro. Mas o nosso coração pode nos pregar uma peça. Muita vez não sabemos quem realmente somos até que uma circunstância fortuita vem nos apontar outra maneira de direcionar os nossos pensamentos e mudar de atitude. Repentinamente, a luz amorosa de um olhar atravessou o meu coração e a minha vida se encheu de gracejos, de cantigas, de cuidados. Gritinhos alegres, a própria felicidade em revoltas nuvens de painas a correr pela casa, roçando de leve o piso como algodões esvoaçantes.
Quando pequena vinha me acordar todas as manhãs. Hoje em dia tornou-se uma lady cheia de vontades. Aprendeu a se comportar. Ouve música, poesia no maior silêncio. Nossa amizade completou 08 anos neste ano, 2012.
Tiffany, amiga e  companheira que ficou comigo depois que o ninho ficou vazio . Vigilantes olhinhos de siri sobre o veludo bege 
do nosso edredom.

Palas Athena, 22.01.2012




domingo, 18 de março de 2012

Tempo e Coração




A previsão do meu tempo ficará ao sabor dos acontecimentos. Trago no peito um lado obscurecido pelo mormaço. A minha meteorologia apresenta num ano, dias de tempo chuvoso, alguns de muito sol. Mormente, se procurarem em mim algumas tardes alegres nem sempre vão encontrar. Haverá pores-do-sol?  Existem sim, algumas manhãs alvissareiras onde escuto o canto do canarinho comemorando a vida. Todo dia ele faz a sua parte. Revoluteia dentro da gaiolinha, olhinhos buliçosos e encantadores. Preso, solta a alma alada no seu canto feliz que esvoaça bendizendo a natureza, roçagando de leve o meu coração.

  Texto escrito em 21.06.2006, quando Joãozinho chegou.  O quintal sem a presença dele perdeu a alma.
           
                  PalasAthena, 13 de março de 201

segunda-feira, 5 de março de 2012

Vendaval





Dentro do meu peito, os ventos sopram em rajadas roucas e sibilantes. Sou um vendaval de paixões. Apaixonada
pelos dias cheios de brilho e pelas noites enluaradas da minha
terra, pelas estrelas acenando na abundância de nosso céu,
pelas flores e pelos animais, sobretudo pela hospitalidade divina.
Anuncio em alto e bom tom para não iludir as expectativas de
ninguém: Não me entrego fácil, mudo de proceder, ponho de
lado as angústias, solto minhas poesias ao vento, invento,
transformo, vivo e procuro ser feliz. Mas sem intenção de
esconder a humildade que considero lição essencial no
aprendizado da vida.

         PalasAthena, 05 de março de 2012.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Meu sentir





Há dias em que meu coração é um voejar cantante que se estende por intermináveis vergéis floridos;

Vez por outra, é um sacolejar de pedras numa carroça que segue lenta e preguiçosa por
um caminho de pó;

Muita vez, meu coração é um dobre constante de sinos desritmados.

De vez em vez, um mar esparramado em calmaria...

Repentinamente... maré cheia, as águas erguendo-se novamente em altivas e desenfreadas ondas.

Fluindo e refluindo num entrechocar-se de alvadia espumarada.

Um mar picado sob um céu empalecido.

De quando em quando, o meu coração é um céu sereno.

É somente coração. 


PalasAthena

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ópera da Morte





Vi uma expressão de compungida tristeza naqueles olhos que eu amo. Trazia um desolado e úmido brilho, um ar desconsolado e inquisidor, frente ao qual não elevei o meu olhar por que não teria resposta para as questões sobre a morte que a mim foram direcionadas. Pensei nesse carrasco que nos separa das pessoas a quem amamos. Por outro lado, ela pode aliviar um sofrimento doloroso e incurável quando abrevia a vida de quem já muito padece. A ópera da morte, é assim que me refiro  à ela, aguarda a todos com impaciência, com seu canto lúgubre. Entra-nos constantemente o medo no coração, como uma brasa inextinguível a nos queimar. Afundados na noite, somos lutadores na inquietante guerra contra algo que nos tira o sono todas as madrugadas. Lutamos contra  a estressante insônia. Vencido o combate numa noite, logo teremos que combatê-lo na noite seguinte.

PalasAthena, texto escrito em   07.08.2007

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Verão de água doce





Há por todo o lado vibrantes frêmitos de alegria. Aqui e além espreitam olhares e sorrisos intensos, vivos, num vozerio espalhado pelo deck da piscina, iluminado de sol e calor. Uma vertigem de pessoas inebriadas por todas as seduções que o verão pode oferecer, um ir e vir de bebidas e salgadinhos, um vapor de perfumes de bloqueadores solares e a embriaguez das imaginações meio enlouquecidas pela iminência do carnaval.


Palas Athena, 18.02.2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um jeito de dizer as coisas




Tenho que encontrar sempre  um caminho, uma vereda, um escape, um modo especial de contar tudo sem revelar muito do que está escondido nas sendas do meu coração.
Ouço o murmúrio da chuva em pingos retumbantes . A natureza embriagou-se  novamente de nuvens brancas nada amigáveis. Tudo acontecendo nesta desar
razoada segunda feira. Estou no limiar de minha paciência olhando esse tempo circunspecto.
Onde está o esplendor do sol?

                                                   PalasAthena, 13.02.2012
  

Visão Poética





Entre as verdes águas e o céu azul, os meus problemas nem sequer
existem. Entretanto a felicidade, por vezes, é apenas uma ideia longínqua, uma nuvem levada
pela poeira do vento, uma recordação. Distancia-se de nós, torna-se uma linha delgada e
distante. Como seria bom se a minha alma descobrisse todos os segredos do mundo para
evitar as andanças pelos campos de batalha.  Uma vontade de voltar para a tagarelice das
ondas  que me compreendem tão bem!


Palas Athena, 12.02.2012


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pássaro aprisionado



O ar seco e cheiroso de um verão maduro causa-me inexprimível vontade de ir ao encontro de mim, de me encontrar e me perder outra  e outra vez, sempre na direção contrária, em outro rumo. O dia escapou da chuva e eu fiquei com vontade de chupar manga e nadar no riozinho. Mas que ninguém me interprete mal. A chuva de janeiro mais me parece uma peste que devora minha alma. Um desastre sem fim... Meu coração, pássaro aprisionado, palpitava dentro do peito. Quando  espiei a natureza de manhã, o sol voluptuoso se estendia pelo quintal com indolente ardor. Senti o seu beijo quente em meus  ombros, suas ofuscantes luzes trouxeram esplêndida magia ao meu espírito. Parecia uma lanterna iluminando o céu. Quero mergulhar em uma alegre embriaguez nesse mês de fevereiro. Vou abeberar-me do calor do sol. Um brinde à Aurora dos dedos de rosa!

                    PalasAthena, 25 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Dias de glória!



Jasmim-árabe, Jasminum sambac, Nyctanthes sambac, , bogari, jasmim-sambac, mosqueta

Quero a vida como num brilho de festa! Em nosso jardim  haverá um alvor deslumbrante. Buquês  de botões perfumados de rosas, um cheiro balsâmico de dálias, hortênsias azuis e róseas, jasmins. Em 2012 os sonhos não serão deixados para trás. Vou me agarrar nos bons pensamentos, vou me cercar de pessoas iluminadas. Acima de tudo, guardar um pedaço de céu bem azul mesmo que as sombras queiram empanar o meu sol interior. Vou procurar todos os reflexos rubros do poente que irão enfeitar as noites promissoras de felicidade. Estou contando com os belos entardeceres de domingo para ver crescer outra florzinha melindrosa que em breve, com sua garrulice virá se juntar ao nosso eldorado: Yasmin !


PalasAthena, 23 de janeiro de 2012