Já não me contento com
pouco no que diz respeito à literatura. Após a leitura do livro Ilusões Perdidas, tradução da obra grandiosa
do gênio Honoré de Balzac, fui tomada
pela sensação de gula literária, passei aos dois volumes de outra tradução do
mesmo título e autor, somente para permanecer maior tempo na mesma história
delirante que arrebatou minha alma do inferno deste verão dantesco, que me leva
a desistir de inúmeros passeios. Quando terminar a leitura de ambos, já terei
fruído 1.165 páginas desse romance. Mas não pensem que estarei satisfeita, pois
pretendo continuar por esse bom caminho que compõe a Comédia Humana. A obra é
longa, mas não é o bastante para o meu espírito cioso de outros títulos do
autor. Hoje é véspera de Natal e a vereda literária em que me encontro
obriga-me a prosseguir na direção de um vale do qual não se pode adivinhar
inicialmente suas verdadeiras dimensões. É uma estrada que se alarga e
enriquece quem por ela se aventurar. Vai dar numa montanha que o olho julgava
fácil de ser transposta, mas que vai exigir toda uma vida de caminhada.
PalasAthena, 24.12.2011