domingo, 25 de dezembro de 2011

Hecatombe de Ilusões





Já não me contento com pouco no que diz respeito à literatura. Após a leitura do livro Ilusões Perdidas, tradução da obra grandiosa do gênio Honoré de Balzac, fui tomada pela sensação de gula literária, passei aos dois volumes de outra tradução do mesmo título e autor, somente para permanecer maior tempo na mesma história delirante que arrebatou minha alma do inferno deste verão dantesco, que me leva a desistir de inúmeros passeios. Quando terminar a leitura de ambos, já terei fruído 1.165 páginas desse romance. Mas não pensem que estarei satisfeita, pois pretendo continuar por esse bom caminho que compõe a Comédia Humana. A obra é longa, mas não é o bastante para o meu espírito cioso de outros títulos do autor. Hoje é véspera de Natal e a vereda literária em que me encontro obriga-me a prosseguir na direção de um vale do qual não se pode adivinhar inicialmente suas verdadeiras dimensões. É uma estrada que se alarga e enriquece quem por ela se aventurar. Vai dar numa montanha que o olho julgava fácil de ser transposta, mas que vai exigir toda uma vida de caminhada.

PalasAthena, 24.12.2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Café Poético





Sentamo-nos os três da nossa familinha  como diz o Paulo e iniciamos nosso café com poesia. Li alguns sonetos de Florbela Espanca, outros foram lidos pela Ana Beatriz. Presença obrigatória a de Fernando Pessoa. O Paulo declamou Cadê Corage da dona Berta Celeste Homem de Melo, poeta de nossa cidade. Em seguida,  Cântico Negro de José Régio. Levei à mesa, um livro de Vinícius de Moraes, poeta do meu coração. Nós nos revezávamos em nossas leituras. Tomei a sério a idéia desse café e nós três contribuímos cada qual com a sua participação literária. Penso que é um modo de enriquecer o encontro familiar. Não se fala da chuva nem do bom tempo. Não caímos nos lugares-comuns da conversação onde se costumam alojar os comentários imbecis. Falar mal dos outros, nem pensar, pois sem necessidade vira assunto comezinho e não é próprio das mentes inteligentes. Somos forçados a procurar algumas frases substanciosas na imensidão de nossas recordações culturais que dormitam em nosso âmago. São significativos minutos cheios de interesse com o nosso eu interior. E nos dá prazeres infinitos.

                      Palas Athena, 08.12.2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Alguém muito especial



Ora! Não é nem um príncipe, nem um ministro, nem deputado, nem bispo; por que então as suas mãos são brancas como as de um homem que não faz nada? __Um ator?
Nem o moleiro nem a moleira podiam imaginar que, além do ator, do príncipe e do bispo, há um homem ao mesmo tempo príncipe e ator, um homem revestido de um magnífico sacerdócio, o poeta, que parece não fazer nada e que todavia reina sobre a humanidade, quando bem a sabe interpretar.


Excerto do magistral livro de Balzac, "Ilusões Perdidas", o qual vem me comovendo
com sua riqueza vocabular e de estilo, diariamente.



PalasAthena, 13.12.2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Os êxitos literários

Dia 07.12.2011,  em que fomos ver as crianças se apresentarem cantando no museu. E nós estávamos lá para conferir a brilhante apresentação



Os êxitos literários são conquistados na solidão de nossas leituras compenetradas e cheias de interesse; elas acontecem no recôndito do nosso lar através do nosso  trabalho obstinado. Tudo que é muito apreciado, é bom e valoroso.  Continuarei com Balzac. Mas agora , vou é relaxar, nessas épocas natalinas, não sei bem como se sucede, mas a gente se cansa muito mais com as expectativas do que com os próprios acontecimentos. O Museu  estava esplêndido! Digno de receber a cantoria em grande escala.


 Palas Athena, 08.12.2011


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

De coração a coração





O mundo das superfluidades necessárias está se iniciando neste início do mês de dezembro. Está se aproximando o Natal com sua linguagem comercial. E não adianta reclamar desse espírito distorcido que se vê por toda a parte. Quem pode vai às compras. Muitos vão mesmo sem poder. Fora isso, é comovente essa época. Também tenho as minhas distorções que não sou de ferro. Mergulhada em mil reflexões, afundei-me sobre os costumes parisienses narrados por Balzac, em Ilusões Perdidas. E confesso a genialidade do poeta a respeito dessa passagem: “ O senhor tem gênio, trate de vingar-se. A sociedade o desdenha, desdenhe a sociedade. Refugie-se numa mansarda, faça obras primas, alcance um poder qualquer, e verá o mundo a seus pés. Retribuirá então os golpes, que ela lhe tiver dado, justamente onde ela os tiver dado.” Aliás, o livro seduz pela riqueza de detalhes em que os fatos são relatados.

PalasAthenaanamariajorio, 02.12.2011.