sexta-feira, 24 de março de 2017

Chove II




Chove.
Chove lá fora...
chove aqui, dentro. 
Sinto na boca o gosto salgado da chuva
Que não para. 

A noite desdobrando os seus véus no céu,
Se aproxima...
E chove. 

Onde se escondeu o Sol, o soberano,
Com suas reverberações, brilhos de luz?
O Sol, com seus orvalhos de ouro, que esplende
E nos cega de felicidade? 

Mas chove.
Meu coração, empedernido, espera
Um Sol que, hoje, não vai aparecer. 
Quem sabe, amanhã? 

Chove, ainda chove
De um jeito de não acabar nunca.



Palasathenaanamariajorio, 18.03.2017.

Chove I




Chove furiosamente.
Cordas d´água em bátegas,
Vindo diluviar a minha vida,
Copiosas, frias, invasivas.

Isso me assombra...
Garras de aço que inundam
A terra cansada e quente,
E vão além das minhas angústias.

Isso me assombra.



Palasathenaanamariajorio, 03.03.2017

terça-feira, 21 de março de 2017

Se quiseres me encontrar



Se quiseres me encontrar,
Não me procures num lugar qualquer.

Estarei nas profundezas, em grutas subterrâneas
Que eu mesma criei para me esconder.

Estarei na cintilância das estrelas.
Virás na minha direção, 
tu que és o sol, o vento, as gotas de chuva.

O teu caminho te conduzirá a mim.
Porém, jamais te perderei de vista.
Inda há pouco, quando levava água para as plantinhas no quintal,
Era em ti que eu pensava.

Tu sempre estarás em mim.


             Palasathenaanamariajorio,20.03.2017
               Coleção: Saudade que mata