quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pássaro aprisionado



O ar seco e cheiroso de um verão maduro causa-me inexprimível vontade de ir ao encontro de mim, de me encontrar e me perder outra  e outra vez, sempre na direção contrária, em outro rumo. O dia escapou da chuva e eu fiquei com vontade de chupar manga e nadar no riozinho. Mas que ninguém me interprete mal. A chuva de janeiro mais me parece uma peste que devora minha alma. Um desastre sem fim... Meu coração, pássaro aprisionado, palpitava dentro do peito. Quando  espiei a natureza de manhã, o sol voluptuoso se estendia pelo quintal com indolente ardor. Senti o seu beijo quente em meus  ombros, suas ofuscantes luzes trouxeram esplêndida magia ao meu espírito. Parecia uma lanterna iluminando o céu. Quero mergulhar em uma alegre embriaguez nesse mês de fevereiro. Vou abeberar-me do calor do sol. Um brinde à Aurora dos dedos de rosa!

                    PalasAthena, 25 de janeiro de 2012

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