terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ópera da Morte





Vi uma expressão de compungida tristeza naqueles olhos que eu amo. Trazia um desolado e úmido brilho, um ar desconsolado e inquisidor, frente ao qual não elevei o meu olhar por que não teria resposta para as questões sobre a morte que a mim foram direcionadas. Pensei nesse carrasco que nos separa das pessoas a quem amamos. Por outro lado, ela pode aliviar um sofrimento doloroso e incurável quando abrevia a vida de quem já muito padece. A ópera da morte, é assim que me refiro  à ela, aguarda a todos com impaciência, com seu canto lúgubre. Entra-nos constantemente o medo no coração, como uma brasa inextinguível a nos queimar. Afundados na noite, somos lutadores na inquietante guerra contra algo que nos tira o sono todas as madrugadas. Lutamos contra  a estressante insônia. Vencido o combate numa noite, logo teremos que combatê-lo na noite seguinte.

PalasAthena, texto escrito em   07.08.2007

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