terça-feira, 25 de outubro de 2011

Céu de águas azuis






Sou arrastada pela força arrebatadora dos
 pensamentos vagos e aéreos sobre o não pensar em nada, como se eu não fosse mais que uma bolha de sabão na lentidão impassível das coisas comuns, do ar abafado na tarde estagnada desse clima quente, da morosidade prolongada, do tédio desarrazoado e angustiante que acomete a todos que, de um jeito ou de outro, arriscam-se ao se expor aos raios solares sonhando com o calidoscópio num céu de águas azuis. Enquanto deslizo virtualmente pelas regiões marítimas, vejo as praias douradas distantes e inacessíveis como belas Andrômedas prisioneiras. Indago-me se não estaria faltando alguma coisa nesse mundo misterioso da minha vida vacilante. Sem saber o que seja, desconfio de uma realidade meio camuflada sibilando pelos ares. Ó existência desdenhosa que jamais se queda por vencida!


PalasAthena, 25.10.2011

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