Derramo minhas emoções em papéis.
Sem temas pré-estabelecidos nem hora determinada.
Com a voz do coração.
É o meu jeito de ficar só.
Esparramo-me no silêncio de mim.
As palavras são véus cobrindo os meus pensamentos.
Vão-se formando silenciosas.
Depois adquirem autonomia.
Li num livro traduzido de Proust, o seguinte:” Há uma linda espécie de silêncio, não é?
Para os corações feridos como o meu, um romancista pretende que convêm somente a
sombra e o silêncio. Chega um momento na vida em que os olhos fatigados já não suportam
senão uma luz, a que uma bela noite como esta prepara e destila com a escuridão, em que os
ouvidos só podem escutar a música tocada pelo luar na flauta do silêncio”
Essas palavras só podem vir de um homem movido pelas paixões.
Ademais hoje não está uma noite enluarada. O tempo não nos presenteou com um ocaso
rubro e dourado, então tomara que esse frio não dure muito. E tirando as horas necessárias à
solidão, prefiro um ambiente sonoro e cheio de luzes.
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